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Sabedoria, Estatura e Graça.

Sabedoria, Estatura e Graça.
Deleia Avital
Aug. 14 - 7 min read
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“E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.” - Lucas 2:52

 

Desde a faculdade, esse versículo me salta aos olhos, em sua nuance educacional. Em conversa com uma amiga recentemente, me lembrei novamente disso, e falamos sobre como teria sido a infância de Jesus. Conjecturamos várias possibilidades, pensamos em como teria sido seu relacionamento com os coleguinhas de sua rua, quais eram suas brincadeiras preferidas e “viajamos” nestes pensamentos. Na prática, é importante considerar as tradições judaicas, pois, segundo a tradição, a torá deveria ser decorada pelas crianças. Assim, a bíblia traz a primeira aparição pública da criança Jesus, falando aos doutores no templo, e o versículo dá a entender que, em seguida, ele continuou crescendo e se desenvolvendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos Homens.

Na bíblia judaica, o texto aparece assim: “Yeshua crescia em sabedoria e estatura, obtendo o favor das pessoas e de Deus”(grifo meu). A partir deste texto, quero propor uma reflexão sobre nosso posicionamento diante da educação de nossos filhos. O princípio contido neste texto é o cerne do Art. 3º do ECA, que diz: “A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.” -  (grifo meu)

A interpretação destes textos pode até parecer clara, mas é mais profunda do que nossa mente costuma imaginar. Destaco, então, do texto de Lucas, o que Jesus estava fazendo. Por que foi registrado na bíblia este ocorrido tão específico e não aqueles sobre os quais fiquei curiosa? Por que não foi sobre as brincadeiras, a educação, as fases de crescimento do menino Jesus? Penso que esta passagem fala do antes e do depois, pois ela reforça que Ele crescia,  ou seja, estava sendo desenvolvido e não chegaria até ali sem saúde física emocional e espiritual, Ele fora bem instruído e estava num ambiente de amor e cuidado. Pois, que menino, hoje, chegaria diante de grandes doutores e falaria com tamanha eloquência e ainda teria firmeza em dizer que estava ali fazendo a vontade de seu Pai? Ou seja, Ele estava cumprindo sua vocação, chamado e missão. Sim, este era Jesus,  que veio cumprir o que lhe fora ordenado e, por assim dizer, nós também podemos fazer isso.

Quero trazer, desta forma, o principal foco do versículo e do texto do ECA para nossa prática enquanto pais e mestres. Nossos filhos também podem “ir crescendo” em sabedoria (conhecimento intelectual), estatura (saúde física) e obtendo, como diz o texto da versão judaica, favor de Deus e dos homens, que no caso somos nós, pais e mestres, para então cumprir o seu chamado. Este é um direito para além da saúde emocional, intelectual e física.  

Por vezes, somos tendenciosos com relação ao futuro de nossos filhos, queremos que eles sigam nossa profissão ou aquela que sonhávamos, e não conseguimos conquistar. Porém, Jesus foi instruído, respeitado e preparado a cumprir sua missão, e o ECA “...assegura por lei ou outros meios as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento...em condições de liberdade e de dignidade.” (Art.3º - grifo meu)

Penso que é nosso dever promover estas facilidades de acesso ao cumprimento da vocação desse indivíduo que o Senhor nos confiou. Maria e José não precisaram do ECA naquela ocasião para descrever-lhes sobre seus deveres de pais, mas nós temos as instruções bíblicas e a lei, que traz orientações e deveres.

 

Como faremos então?

Antes de pensar nas possibilidades didáticas, quero ressaltar um ponto que é respaldado por mais alguns textos bíblicos: “E irá adiante do Senhor no espírito de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado.“ (Lucas 1:17), que faz menção à profecia de Malaquias 4:6. Nestes textos, o termo ‘pai’ refere-se também a gerações, desde o primeiro grau de parentesco aos mais distantes. Cabe-nos aqui, como pais e educadores, no campo educacional e instrucional, pensar nesta nuance. Temos, hoje, acesso à geração mais próxima de nós, na qual podemos intervir, trazendo, sob a instrução do Espírito, a restauração. E neste ponto, poderemos nos surpreender quando descobrirmos o quanto nós também precisamos nos converter.

 

No atual contexto histórico de pandemia, percebemos o quanto estamos distantes de nossos filhos/geração, deixamos nossa autoridade aos cuidados de outros e, como já dito em outro texto, desaprendemos de certa forma. Para que você também entenda o que quero dizer, responda a algumas perguntas: você promove culto doméstico, a fim para trazer esta prática para sua casa? Quantas vezes você já leu a bíblia para seu filho? Você, antes da pandemia, ajudava seu filho nas tarefas escolares? Você tem o hábito de parar e conversar com seu filho? Estas e outras práticas não são tão comuns nos lares, espera-se da Igreja. E sobre a Educação, espera-se da Escola.

Agora, temos que reaprender a fazer tudo que a bíblia já nos orientou há muito tempo, e isso nos torna “geração de Elias”, onde nós, pais e tutores, teremos que converter nossos corações aos nossos filhos/geração, enquanto os deles são convertidos aos nossos, a fim de que haja um realinhamento da geração para a glória de Deus (Malaquias 4. 4-6).

 

Sim, entendi, mas o que faremos, portanto?

Para as questões escolares e também para as questões de ensinamento bíblico, só será possível entender o que fazer, quando, de fato, formos convencidos pelo Espírito com relação a nossa missão de pais, seja no sentido biológico, adotivo ou geracional. Assim, o auxílio escolar e bíblico será consequência de uma revelação e senso de responsabilidade, onde o amor prático indicará as ações práticas e possíveis. Precisamos entender a necessidade de amparar a geração em toda sua integralidade como sendo parte de nosso papel. Inclusive, aprendendo o que não aprendemos até aqui, nos “abaixando” na altura da criança para ouvi-la, para entendê-la, ampará-la. Com certeza, neste ato, aprenderemos muito.

Todos os recursos estão a um clique de nossos dedos, mas só os enxergaremos à medida que vermos sob a luz do Espírito de Deus.

 


Quer saber mais sobre o que tratei no texto e conversar um pouco a respeito? Entre em contato comigo pelo e-mail: deleiavital@gmail.com. Será um prazer conhecer você, saber mais sobre o seu cenário, objetivos e desafios. 

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